24.1 - N - A QUÍMICA NA HORA DO RANGO!

 

A Eletiva de Base ‘A Química na Hora do Rango’ foi adaptada e desenvolvida pelo professor Elielson Carlos Liam, com a execução prática e colaborativa dos alunos e alunas da 2ª Etapa da Educação de Jovens e Adultos - EJA, do Itinerário Formativo Integrado de Ciências Sociais, Econômicas e Administrativas (CSEA), do turno noturno, do Centro de Ensino Teresinha Alves Rocha – CETAR.

Assim, este projeto eletivo tem como escopo analisar os padrões alimentícios da atual sociedade, correlacionando sustentabilidade com alimentação saudável e nutritiva, com ênfase aos processos químicos envolvidos na dinâmica alimentar, desde a sua produção até o seu consumo e o metabolismo do organismo, evidenciando o aproveitamento integral dos alimentos e reforçando os cuidados com a saúde alimentar por meio da elaboração de receitas.

As reflexões sobre alimentação e nutrição como campo político costumam enfatizar um conjunto de questões tradicionalmente relacionadas à arena do Estado, tais como segurança alimentar, nutricional, direitos humanos, desigualdades sociais no acesso à comida, políticas nutricionais e agrícolas, bem como a regulamentação da publicidade de alimentos (PORTILHO, et al, 2011).

O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais. (SCHRAMM; CORBETTA, 2015, p. 35).

A alimentação é uma atividade que envolve muito mais que o ato de comer e a disponibilidade de alimentos. Há uma cadeia de produção, que se inicia no campo, ou antes, na preparação de sementes, mudas e insumos, passando por ciclos, do plantio à colheita, em que elementos da natureza têm um papel crucial, mas que vêm sendo, cada vez mais, envolvidos por questões tecnológicas, financeiras e sociais. Nas etapas produtivas, no campo, as inter-relações com a sustentabilidade parecem claras. A alimentação e a nutrição influenciam a saúde e o bem-estar das pessoas, assim como outros determinantes de saúde, tais como educação e emprego, durante toda a vida (RIBEIRO, et al., 2017).

Os dois maiores problemas que o Brasil enfrenta são a fome e o desperdício de alimentos, constituindo-se em um dos paradoxos do país, pois o mesmo produz 140 milhões de toneladas de alimentos por ano e é um dos maiores exportadores de produtos agrícolas do mundo. Ao mesmo tempo, existem milhões de pessoas excluídas, sem acesso ao alimento em quantidade e/ou qualidade (GONDIM et al. apud NUNES, 2009).

A preocupação com o desperdício de alimentos deve ser pauta constante, pois estamos vivendo em um momento em que as sociedades humanas estão passando por um esgotamento dos recursos naturais, o que exige de todas as pessoas novos comportamentos e novas formas de agir e de pensar. No caso dos alimentos é, no mínimo, paradoxal jogar fora partes nutritivas, enquanto parcelas significativas sofrem com desnutrição e fome.

Discutir a utilização integral dos alimentos é, pois, uma forma de contribuir para buscar alternativas para a oferta de produtos oriundos de partes de alimentos de grande valor nutricional, usualmente descartadas, visto que estudos comprovam a sua eficácia e, por outro lado, também promover uma diminuição significativa no volume de resíduos gerados e, porque não dizer, desperdiçados (CARDOSO et al. 2015, p. 132).

Incentivar o aproveitamento integral dos alimentos é uma medida eficaz no sentido de educar a população e nada melhor que começar pela escola, local onde além de realizarem uma refeição também pode-se formar opiniões que serão disseminadas (GOMES E TEIXEIRA, 2017).

Com efeito, evidencia-se no Brasil grande índices de desperdício de alimentos, mas, em contra partida, há um índice muito elevado de pessoas desnutridas ou que não conseguem fazer o mínimo de três refeições por dia.

Embasado nesses pressupostos, a presente Eletiva de Base se configurou como um trabalho pedagógico com foco no aproveitamento integral dos alimentos, abordando as premissas da sustentabilidade alimentar, pesquisando e discutindo sobre os princípios nutritivos de cada parte dos alimentos e o uso convencionado destas partes que levam – paradoxalmente – à subnutrição, à desnutrição e ao desperdício de nutrientes.





























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