23.2 V - A QUÍMICA NA HORA DO RANGO!
Evidencia-se no Brasil grande índices de desperdício de alimentos, mas, em contra partida, há um índice muito elevado de pessoas desnutridas ou que não conseguem fazer o mínimo de três refeições por dia. Embasado nesses pressupostos, a presente eletiva de base se configura como um trabalho eletivo com foco no aproveitamento integral dos alimentos, abordando as premissas da sustentabilidade alimentar, pesquisando e discutindo sobre os princípios nutritivos de cada parte dos alimentos e o uso convencionado destas partes que levam – paradoxalmente – à subnutrição, à desnutrição e ao desperdício de nutrientes.
As
reflexões sobre alimentação e nutrição como campo político costumam enfatizar
um conjunto de questões tradicionalmente relacionadas à arena do Estado, tais
como segurança alimentar, nutricional, direitos humanos, desigualdades sociais
no acesso à comida, políticas nutricionais e agrícolas, bem como a
regulamentação da publicidade de alimentos (PORTILHO, et al, 2011).
O
desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias
necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam
um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização
humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da
terra e preservando as espécies e os habitats naturais. (SCHRAMM; CORBETTA,
2015, p. 35).
A
alimentação é uma atividade que envolve muito mais que o ato de comer e a
disponibilidade de alimentos. Há uma cadeia de produção, que se inicia no
campo, ou antes, na preparação de sementes, mudas e insumos, passando por
ciclos, do plantio à colheita, em que elementos da natureza têm um papel
crucial, mas que vêm sendo, cada vez mais, envolvidos por questões
tecnológicas, financeiras e sociais. Nas etapas produtivas, no campo, as
inter-relações com a sustentabilidade parecem claras. A alimentação e a nutrição
influenciam a saúde e o bem-estar das pessoas, assim como outros determinantes
de saúde, tais como educação e emprego, durante toda a vida (RIBEIRO, et al.,
2017).
Os
dois maiores problemas que o Brasil enfrenta são a fome e o desperdício de alimentos, constituindo-se em um dos
paradoxos do país, pois o mesmo produz 140
milhões de toneladas de alimentos por ano e é um dos maiores exportadores de produtos
agrícolas do mundo. Ao mesmo tempo, existem
milhões de pessoas
excluídas, sem acesso ao alimento em quantidade e/ou qualidade (GONDIM
et al. apud NUNES, 2009).
A
preocupação com o desperdício de alimentos deve ser pauta constante, pois
estamos vivendo em um momento em que as sociedades humanas estão passando por
um esgotamento dos recursos naturais, o que exige de todas as pessoas novos
comportamentos e novas formas de agir e de pensar. No caso dos alimentos é, no
mínimo, paradoxal jogar fora partes nutritivas, enquanto parcelas
significativas sofrem com desnutrição e fome.
Discutir
a utilização integral dos alimentos é, pois, uma forma de contribuir para
buscar alternativas para a oferta de produtos oriundos de partes de alimentos
de grande valor nutricional, usualmente descartadas, visto que estudos
comprovam a sua eficácia e, por outro lado, também promover uma diminuição
significativa no volume de resíduos gerados e, porque não dizer, desperdiçados
(CARDOSO et al. 2015, p. 132).
Incentivar
o aproveitamento integral dos alimentos é uma medida eficaz no sentido de
educar a população e nada melhor que começar pela escola, local onde além de
realizarem uma refeição também pode-se formar opiniões que serão disseminadas (GOMES
E TEIXEIRA, 2017).













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