25.1 V - ENTRE O AMOR E A DOR: RESSIGNIFICANDO VIDAS ADOLESCENTES E JOVENS - VÍTIMAS E TESTEMUNHAS DA VIOLÊNCIA.

Esta proposta de eletiva de base foi idealizada e elaborada pelo Prof. Nilson Sampaio de Sousa, e desenvolvida em conjunto com os estudantes da 1ª Série do Ensino Médio, das turmas 100 e 101, do turno Vespertino, do Centro de Ensino Teresinha Alves Rocha – CETAR, situado na cidade de Nova Olinda do Maranhão – MA.

Este projeto surgiu com a finalidade de abordar, analisar, debater, discutir e propor ações – individuais e coletivas - para reduzir as inúmeras formas de "Violências” (psicológicas, moral, sexual e física) presentes no Brasil. Haja vista que a Organização Mundial da Saúde – OMS (agência vinculada à Organização das Nações Unidas - ONU), alerta que, em 2018, o Brasil era o nono país mais violento do mundo; e que, além disso, a cada 100 mil habitantes, havia uma média de 31,1 homicídios. 

Outrossim, a opção de tratar deste tema por ser necessário conhecer mecanismos de defesa, de forma a colaborar na quebra do ciclo de violências, encorajar as vítimas a denunciar e reduzir os índices de violência contra crianças, adolescentes e jovens em nosso meio.

Mas, "O que é violência?” A violência é um fenômeno complexo que pode ser entendido como um problema social de natureza histórica que persiste em função das desigualdades socioeconômicas e espaciais, da negligência do Estado para com as populações mais vulneráveis e, sobretudo, pela existência de um sistema judiciário falho que não consegue impedir ou punir de maneira rígida os atos violentos e criminosos.

Ademais, analisou-se a violência também do ponto de vista sanitário, sendo considerada um problema de saúde pública que gera uma série de consequências para o corpo e para o emocional daqueles que são vítimas de atos violentos de qualquer natureza. Nesse sentido, utilizou-se também a definição da OMS para o conceito de violência, em tradução livre: uso intencional do poder ou da força física, em ameaça ou real, contra si próprio, outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resulta ou pode resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência no desenvolvimento ou privação. 

O Brasil figura na oitava posição no ranking dos países mais violentos do mundo produzido pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês), levando-se em conta a taxa de mortes violentas que ocorreram no território nacional. Essa informação e os dados levantados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em conjunto com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), indicam que a violência interpessoal física é um dos tipos de violência mais comuns no Brasil.  O relatório anual do FBSP mostra que o país registrou 47.503 mortes violentas intencionais no ano de 2021, das quais 20.500 aconteceram na região Nordeste, concentrando-se principalmente no estado da Bahia. Destaca-se que as principais vítimas são adolescentes e jovens (15 a 29 anos) e negros. Neste aspecto, é triste a constatação de que, de acordo com o Atlas da Violência, a chance de uma pessoa negra ser assassinada no Brasil é 2,6 vezes maior do que uma pessoa não negra.

Dentro desta temática é impossível não indagar: "Quais são os tipos de violência?” Existem várias classificações que procuram tornar menos complexo o processo de entendimento do que seja a violência, que pode ser compreendida tanto como um problema social quanto como um problema de saúde pública. Assim sendo, uma das tipologias mais utilizadas é aquela elaborada pela OMS, que identifica três tipos de violência:

  • Violência auto infligida: como o nome indica, é a violência que uma pessoa comete contra si própria. Não há a participação de terceiros nos atos. Exemplos: automutilação e suicídio.
  • Violência interpessoal: são os atos de violência cometidos por uma pessoa contra outra, violência íntima ou familiar: os atos violentos são cometidos entre membros de uma família, entre cônjuges ou entre parceiros que mantêm um relacionamento íntimo ou estável.
  • Violência comunitária: os atos violentos são cometidos contra ou entre pessoas desconhecidas, ou seja, que não possuem nenhum grau de parentesco e que não mantêm relação de qualquer natureza. Exemplos: agressão a estranhos na rua, crimes contra a propriedade, violência do trabalho.

De outro modo, a Eletiva ‘Entre o Amor e a Dor’ fez uma abordagem significativa das diversas facetas da violência presenciada e/ou experimentada pelos adolescentes e jovens, a saber: a física (entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal, como espancamento, atirar objetos, sacudir e apertar os braços, estrangulamento etc), a psicológica (críticas maldosas, acusações, xingamentos, ofensas, desprezo, ironia, ameaças veladas, silêncio como forma de punição, controle de todos os passos da vítima), a moral (difamação, calúnia e injúria), a sexual (estupro dentro de um relacionamento, estupro por pessoas desconhecidas ou até mesmo conhecidas, tentativas sexuais indesejadas ou assédio sexual, que podem acontecer na escola, família,  local de trabalho e em outros ambientes).

Toda essa abordagem foi desenvolvida junto aos estudantes a partir de aulas expositivas e dialogadas, exibição de audiovisuais, leituras variadas, trabalhos em grupos e individuais, pesquisas virtuais e bibliográficas diversas, produções textuais, estudos dirigidos, mesas redondas, dentre outros instrumentos de caráter pedagógico e metodológicos.














































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