23.1 M - ESSA AULA VAI TERMINAR EM PIZZA!
A
Eletiva de Base ‘Essa Aula Vai Terminar Em Pizza!’ foi idealizada e
produzida pela Professora Francinalva Mendes, e implementada com estudantes de 2ª
série do Ensino Médio, na turma 200 - Itinerário Formativo de Ciências da Saúde
(CS), e turma 200 – Itinerário Formativo de Ciências Sociais e Econômicas e
Administrativas (CSEA), do turno Matutino, deste Centro de Ensino.
Este projeto
eletivo visou propor uma reflexão sobre a importância da matemática em nossas vidas, que
vai muito além da época da escola ou dos vestibulares. Com efeito, trata-se de
um conhecimento essencial em todos os momentos, desde as horas de lazer até os
desafios profissionais.
Pretendeu-se,
desta forma mostrar a conexão viva da matemática com a vida cotidiana do
estudante, possibilitando uma conscientização efetiva para a real aplicação
desta componente curricular paras as situações cotidianas, nas quais está envolvido
o raciocínio lógico-matemático em diferentes graus de complexidade.
Esta abordagem foi feita
por meio de uma abordagem prática, envolvendo o uso de problemas reais, a
partir de atividades que estimulem a curiosidade dos estudantes e os desafie a
participar e se engajarem na dinâmica proposta por esta eletiva. No entanto, o
lado prático do enfoque deste projeto não eximiu os seus aspectos teórico
conceituais, que embasarão e orientarão as pautas em estudo.
Isso porque atualmente é muito comum grande parte dos estudantes
dos anos finais da educação básica encararem a Matemática como uma componente
curricular uniforme e acabada, com conteúdo e metodologia iguais, mesmo em se
tratando de escolas diferentes, localizadas em locais distintos. Esse tipo de
prática ajuda a consolidar o estereótipo da matemática como uma disciplina
difícil e cujos saberes não apresentam aplicabilidade na vida real.
Nesse sentido, Soares (2003), ao tratar da matemática
escolar explicita as inquietações de muitos alunos que se constantemente se
indagam acerca da serventia dos conteúdos que estudam. Para o autor:
A Matemática escolar, muitas vezes, se distância da
Matemática da vida, ou seja, a Matemática que aprendemos na escola parece não
ser a utilizada nas nossas relações, enquanto membros de uma sociedade, na qual
a cada dia se faz necessário o domínio de tecnologias ligadas à Matemática. Por
outro lado, profissionais que atuam nessas áreas, precisam do domínio desses
conteúdos para poder exercer as suas funções. (SOARES, 2003, p. 21).
Claro que esse aspecto engessado de muitas práticas
metodológico-pedagógicas são realidade em muitas escolas e perpassam todas as
componentes curriculares, com seus estímulos tímidos ou adversos à
aprendizagem. Convém ressaltar, que ainda assim, com estes tipos de estímulo,
há estudantes que conseguem desenvolver aprendizagens matemáticas. No entanto,
tratam-se de um número discente bem inexpressivo quando comparado ao
contingente de alunos do Ensino Fundamental Maior e/ou do Ensino Médio.
A este respeito, declara D’Ambrósio (1996, p. 16), “a
formação do indivíduo se faz com estímulos de outra natureza. Podem inclusive
ser estímulos matemáticos. Mas uma matemática interessante, exploratória,
divertida e desafiadora. Não mera manipulação de técnicas, mas sim exercícios
de criatividade”. E este tem sido um dos grandes obstáculos com o qual os
estudantes têm se deparado em sala de aula no ensino da Matemática.
Igualmente para o professor, constitui-se um desafio a
pretensão de ensinar a Matemática de forma articulada com o cotidiano dos
estudantes. Assim, para Muniz (2003), cabe à escola prover aos alunos ferramentas
eficazes e eficientes para resolução de situações-problemas com as quais eles
se depararam na vida fora dos muros da escola. Desse modo,
(...) o aprendizado da matemática não deve ficar
encarcerado no contexto escolar. A realidade exterior ao contexto didático tem
de ser o referencial primeiro e final da ação pedagógica voltada ao aprendizado
significativo da matemática (MUNIZ, 2004, p. 10)
Ensinar matemática relacionando-a com situações do dia a
dia é importante porque ajuda os alunos a ver como os conceitos matemáticos estão
presentes em suas vidas. Isso os motiva a vê-la como algo prático e útil, e não
apenas como uma disciplina teórico abstrata. Ponte (2003) enfatiza: “O
envolvimento ativo do aluno é uma condição fundamental da aprendizagem. O aluno
aprende quando mobiliza os seus recursos cognitivos e efetivos com vista a
atingir um objetivo” (p. 23). Além disso, relacionar as lições matemáticas com
situações cotidianas pode ajudar os alunos a entender melhor o conteúdo e
também tornar as aulas mais interessantes.
Por exemplo, ao ensinar cálculo, o professor pode discutir como
a matemática pode ser usada para calcular quantos quilômetros um carro
percorreu em uma viagem. Ao ensinar álgebra, o professor pode explicar como as
equações podem ser usadas para descobrir quantas horas um trabalhador precisa
trabalhar para ganhar um determinado salário. Ao ensinar geometria, o professor
pode mostrar como medir a área de uma sala para saber quantas cadeiras cabem
nela.
Este procedimento pedagógico metodológico, ao longo da
eletiva, permitiu mais facilmente a percepção de que a matemática está presente na cozinha
(quando dividimos uma receita para duas pessoas), na contabilidade (quando
precisamos fazer cálculos financeiros), no trabalho (quando precisamos calcular
uma área ou volume), no transporte (quando precisamos calcular distâncias), na
medicina (quando precisamos fazer cálculos de dosagem de medicamentos), na
engenharia (quando precisamos calcular forças e tensões), e até mesmo na
economia (quando precisamos analisar dados para tomar decisões estratégicas). A
matemática é essencialmente parte integrante da vida moderna, e estas são
algumas possibilidades de abordagens que indicam como os professores podem
relacionar a componente matemática às situações do dia a dia.
Desta
maneira, nesta eletiva de base com foco na matemática aplicada ao cotidiano, o
professor atuou como um mediador entre o conteúdo matemático e a sua aplicação na vida
real. Ele propiciou aos alunos o ensino de como os conhecimentos matemáticos
podem ser usados para resolver problemas práticos, como por exemplo, problemas
de finanças pessoais, análise de dados e estatísticas. Os alunos, assim,
tiveram a possibilidade de aprender como usar conceitos matemáticos para
solucionar problemas reais do seu cotidiano. Além disso, também foram abordados
temas relacionados à ética e responsabilidade social, para que os alunos pudessem
entender melhor o papel da matemática na sociedade.
A partir
das atividades práticas, estudos e debates sobre a matemática no nosso dia a
dia, espera-se que os estudantes tenham conseguido compreender melhor os
conceitos matemáticos, aplicando-os na resolução de problemas reais. Ademais,
também se espera que os estudantes tenham desenvolvido e/ou aperfeiçoado suas
habilidades de raciocínio lógico e ampliado suas capacidades de pensar
criticamente sobre questões lógico-matemáticas.
Além disso, a prática dessas atividades permitiu ajudar todos
os alunos no desenvolvimento/aprimoramento da capacidade de trabalhar em
equipe, de modo colaborativo, pois eles precisaram da ajuda mútua para resolver
problemas complexos. Afinal, o estudante tem, nos dizeres de Pereira (2021. p.
58) muito o que aprender. E aprender fazendo, faz toda a diferença!
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