2022.2 N - ARTE E QUÍMICA NA HORA DO RANGO!
A Eletiva de Base "Arte e Química na Hora do Rango" foi idealizada e elaborada pela Professora Marcileia Costa da Silva e pelo Professor Elielson Carlos Silva Liam, e desenvolvida com o alunos das turmas 100, 101 e 102, da 1ª etapa da Educação de Jovens e |Adultos - EJA, turno Noturno, da escola Centro de Ensino Teresinha Alves Rocha - CETAR, de Nova Olindd do Maranhão - MA.
Esta Eletiva tem por escopo analisar a relação entre sustentabilidade e alimentação saudável e nutritiva evidenciando o aproveitamento integral dos alimentos, através da elaboração e do preparo de receitas culinárias.
Para isso, foram pré-estabelecidos os seguintes objetivos específicos:
• Conhecer os princípios da sustentabilidade;
• Correlacionar sustentabilidade, meio ambiente e alimentação;
• Desenvolver receitas utilizando os alimentos em sua integralidade; evitando o desperdício de partes nutritivas destes;
• Identificar e conhecer os campos profissionais na área da alimentação humana;
• Avaliar a composição nutricional das preparações por meio de tabelas de alimentos;
• Expressar, por meio da Arte, os conhecimentos construídos e as informações adquiridas;
• Apropriar-se de conhecimentos da Química para, em situações problemas, interpretar, avaliar ou planejar intervenções cientifico-tecnológicas;
• Conhecer algumas transformações químicas pelas quais passam as substancias, especialmente os alimentos em seus processos de preparação;
• Desenvolver o senso crítico acerca do desperdício alimentar;
• Adotar práticas de aproveitamento de alimentos (parciais ou integralmente), antes não utilizados.
O percursos trilhado por esta Eletiva abordou a situação alimentar no território Brasileiro, focando no desperdício versus desnutrição alimentar. com efeito, evidencia-se no Brasil grandes índices de desperdício de alimentos, mas em contrapartida há um índice muito alto de pessoas desnutridas ou que não consigam fazer o mínimo de três refeições por dia. Embasado neste fato, buscou-se nesta Eletiva elaborar um trabalho com foco no aproveitamento integral dos alimentos, abordando as premissas da sustentabilidade alimentar, relacionando às disciplinas de Arte e Química, através de aulas expositivas e dialogada, leituras, discussões, pesquisas, experimentos, etc., por meio de textos diversos, mídias audiovisuais, Datashow, etc.
As reflexões sobre alimentação e nutrição como campo político costumam enfatizar um conjunto de questões tradicionalmente relacionadas à arena do Estado, tais como segurança alimentar e nutricional, direitos humanos, desigualdades sociais no acesso à comida, políticas nutricionais e agrícolas, bem como a regulamentação da publicidade de alimentos (PORTILHO, et al, 2011).
O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais. (SCHRAMM; CORBETTA, 2015, p. 35).
A alimentação é uma atividade que envolve muito mais que o ato de comer e a disponibilidade de alimentos. Há uma cadeia de produção, que se inicia no campo, ou antes, na preparação de sementes, mudas e insumos, passando por ciclos, do plantio à colheita, em que elementos da natureza têm um papel crucial, mas que vêm sendo, cada vez mais, envolvidos por questões tecnológicas, financeiras e sociais. Nas etapas produtivas, no campo, as inter-relações com a sustentabilidade parecem claras. A alimentação e a nutrição influenciam a saúde e o bem-estar das pessoas, assim como outros determinantes de saúde, tais como educação e emprego, durante toda a vida (RIBEIRO, et al., 2017).
Os dois maiores problemas que o Brasil enfrenta são a fome e o desperdício de alimentos, constituindo-se em um dos paradoxos do país, pois o mesmo produz 140 milhões de toneladas de alimentos por ano e é um dos maiores exportadores de produtos agrícolas do mundo. Ao mesmo tempo, existem milhões de pessoas excluídas, sem acesso ao alimento em quantidade e/ou qualidade (GONDIM et al. apud NUNES, 2009).
Neste sentido, a presente Eletiva almeja, por meio de estudos dirigidos e sistematicamente acompanhados, aferir e comparar a extensão e a distribuição, no Brasil, de três graves problemas: a pobreza, a fome e a desnutrição. Por conseguinte, parte-se da premissa conceitual desses três termos.
São pobres as pessoas que não suprem permanentemente necessidades humanas elementares como comida, abrigo, vestuário, educação, cuidados de saúde etc. Têm fome aqueles cuja alimentação diária não aporta a energia requerida para a manutenção do organismo e para o exercício das atividades ordinárias do ser humano. Sofrem de desnutrição os indivíduos cujos organismos manifestam sinais clínicos provenientes da inadequação quantitativa (energia) ou qualitativa (nutrientes) da dieta ou decorrentes de doenças que determinem o mau aproveitamento biológico dos alimentos ingeridos deles (MONTEIRO, 1995).
Alternativa interessante para se aferir a extensão da pobreza em uma dada sociedade consiste em se combinar indicadores da renda familiar a indicadores do acesso da população a bens e serviços essenciais, como moradia, saneamento, educação, serviços de saúde, entre outros (Seade, 1992). Os problemas metodológicos não são poucos, envolvendo desde a disponibilidade de informações confiáveis para a construção dos diferentes indicadores até a dificuldade em estabelecer-se ponderações adequadas para cada um deles (MONTEIRO, 1995).
De acordo com os dados da Agencia Brasil (2022), o índice de desnutrição atingiu cerca de 5,3%, em 2022, evidenciando um grave problema nacional.
Com efeito, a alimentação é à base da vida e dela depende o estado de saúde do ser humano. O desconhecimento dos princípios nutritivos do alimento, bem como o seu não aproveitamento, ocasiona o desperdício de toneladas de recursos alimentares. O desperdício é um sério problema a ser resolvido na produção e distribuição de alimentos, principalmente nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. O crescimento da população mundial, mesmo que amparado pelos rápidos avanços da tecnologia, nos faz crer que o desperdício de alimentos é uma atitude injustificável. Por isso, não podemos mais desperdiçar (BANCO DE ALIMENTOS E COLHEITA URBANA, 2003).
A preocupação com o desperdício de alimentos deve ser pauta constante, pois estamos vivendo em um momento em que as sociedades humanas estão passando por um esgotamento dos recursos naturais, o que exige de todas as pessoas novos comportamentos e novas formas de agir e de pensar. No caso dos alimentos é, no mínimo, paradoxal jogar fora partes nutritivas, enquanto parcelas significativas sofrem com desnutrição e fome.
Discutir a utilização integral dos alimentos é, pois, uma forma de contribuir para buscar alternativas para a oferta de produtos oriundos de partes de alimentos de grande valor nutricional, usualmente descartadas, visto que estudos comprovam a sua eficácia e, por outro lado, também promover uma diminuição significativa no volume de resíduos gerados e, porque não dizer, desperdiçados (CARDOSO et al. 2015, p. 132).
O aproveitamento integral dos alimentos é a utilização de um determinado alimento na sua totalidade. A falta de informação sobre os princípios nutritivos e o aproveitamento dos alimentos gera o desperdício de toneladas de recursos alimentares. Por meio do aproveitamento integral dos alimentos é possível combater essa situação, pois o mesmo utiliza casca, talo, polpa e semente; com isso diminui os gastos com alimentação, reduz-se o desperdício de alimentos melhorando-se a qualidade nutricional da preparação, pois para muitos alimentos o teor de nutrientes na casca e no talo é maior em relação à polpa de alguns alimentos (GONDIM et al., 2005).
Incentivar o aproveitamento integral dos alimentos é uma medida eficaz no sentido de educar a população. E nada melhor que começar pela escola, local em que, onde, além de realizarem uma refeição, também pode-se formar opiniões que serão disseminadas (GOMES E TEIXEIRA, 2017).
É com esta visão que a presente Eletiva de Base engenha envolver alunos e alunas em discussões, pesquisas, estudos e reflexões acerca desta temática, no ensejo de promover mudanças de hábitos a fim de propiciar maior e melhor qualidade de vida do alunado deste estabelecimento de ensino e, por conseguinte, das suas famílias e comunidades nas quais eles vivem.
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Professora Marcileia e Professor Elielson, idealizadores e regentes da Eletiva "Arte e Química na Hora do Rango!" |
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