2022.2 M - O PAPEL DA MÍDIA É O PAPEL MOEDA!
Partindo da premissa de que a mídia tem um papel importante na formação de opinião e nas tomadas de decisão, a presente Eletiva de Base, idealizada e desenvolvida pelo professor Roabe de Matos Araújo, traz a abordagem das intenções, da atuação e das consequências do aparato midiático, especialmente o esportivo.
Por isso, a eletiva “O papel da Mídia é o Papel Moeda!” tem por enfoque atuar de forma interdisciplinar junto aos componentes Filosofia e Educação Física, através de aulas expositivas e dialogadas, aula de campo, dinâmicas de grupo pesquisas bibliográficas e/ou virtuais, produções escritas, debates em grupos, produção de relatórios, rodas de conversa, trabalhos em grupo; socialização das pesquisas desenvolvidas, leitura de textos variados, dentre outros aparatos metodológicos.
Esta Eletiva de Base tem por objetivo geral analisar criticamente o papel da mídia, sua relação com a produção de bens e serviços e seu impacto na sociedade brasileira e especialmente dentre os diversos grupos estudantis juvenis, fomentando o desenvolvimento de um pensamento crítico e construtivo sobre os objetivos, a atuação e as suas consequências.
Para consecução desta meta, foram elaborados os objetivos específicos a seguir:
➢ Analisar a influência da mídia na vida das crianças, adolescentes e jovens;
➢ Conhecer o poder da mídia na promoção/ascensão de elementos sociais, como jogos, esportes, indivíduos e cultura;
➢ Refletir sobre o papel da mulher no meio midiático em geral, com ênfase no segmento esportivo;
➢ Destacar as armadilhas que podem aparecer no trajeto feito por muitos(as) adolescestes e jovens que sonham com um futuro profissional no mundo dos esportes;
➢ Debater sobre a construção de ídolos esportivos pela indústria midiática esportiva;
➢ Identificar as formas e as causas da produção de renda nos meios esportivos, especialmente no futebol;
➢ Analisar e caracterizar a produção de renda na mídia e nos esportes de maior projeção na atualidade;
➢ Conhecer as peculiaridades dos E-sports e o seu alcance na sociedade atual;
➢ Debater sobre as implicações éticas que permeiam o universo midiático esportivo.
Para tal, utilizar-se-á de ferramentas como audiovisuais diversos, datashow, slides, material impresso (textos e imagens), celular com câmera, etc., no intuito de tornar o aluno mais criticamente reflexivo sobre questões pertinentes ao tema.
Com efeito, atualmente, muito se fala em mídia e mídias (no plural!), designando tanto o conjunto – no geral – dos meios de comunicação (rádio, televisão, imprensa, publicação na Internet, cartaz, vídeo, satélite de telecomunicação, etc.), quanto cada um desses suporte de modo individual. Em ambos os planos conceituais, o objetivo almejado é transmitir informações e conteúdos variados.
O termo tem origem no latim (do plural de “medium”, que significa “meio”), mas só se tornou popular pela língua inglesa, após a invenção da imprensa no século XIX, impulsionado pela existência do telégrafo e do telefone, que deram força para a criação e para o uso do termo. Aqui no Brasil, a nossa tradução ficou como “mídia” e foi adaptada ao longo do tempo pela influência inglesa. Enquanto os portugueses optaram pelo termo “média”, pela influência latina.
Para Lira (2009) é inegável importância da imprensa na contemporaneidade, ela faz com que a população tenha informações relevantes das mais diversas áreas, além de possibilitar o acompanhamento das ações públicas, questões de saúde, educação e segurança. Essas necessárias informações chegam aos mais diversos locais e aos mais diversos grupos de pessoas através do jornal, televisão, rádio e internet. No entanto, a mídia ou as mídias constituem mais que o ambiente e/ou suporte por onde uma mensagem é transmitida, pois influencia comportamentos e percepções.
Acerca dessa peculiaridade influenciária dos meios de comunicação e dos seus suportes, Menandro e Souza (1991) chama a atenção a uma questão que deve ser observada ao destacar que:
É indispensável reconhecer que as notícias, como produto acabado, podem ter sido impregnadas de interesse pessoais dos jornalistas e redatores, que estão submetidos a empresas editoriais passiveis de pressões econômicas, políticas e religiosas, mas, não obstante, podemos seguramente afirmar que as notícias contêm verdades (MENANDRO; SOUZA,1991, p.55)
Inegavelmente, a capacidade de influenciar na percepção dos fatos dotou a mídia de um poder de alcance inimaginável. Nesse sentido, Barros Filho (1995), ao analisar o modus operandi da grande mídia, expõe a abrangência da interferência dos meios de comunicação de massa nas pessoas e para isso apresenta duas proposições: a teoria da Agenda Setting e a teoria da Espiral do Silêncio. Segundo ele na teoria da Agenda Setting a mídia define de maneira impositiva os temas que a sociedade discute:
As pessoas agendam seus assuntos e suas conversas em função do que a mídia veicula. É o que sustenta a hipótese da agenda setting. Trata-se de uma das formas possíveis de incidência da mídia sobre o público. É um tipo de efeito social da mídia. É a hipótese segundo a qual a mídia, pela seleção, disposição e incidência de suas notícias, vem determinar os temas sobre o que o público falará e discutirá (BARROS FILHO, 1995, p.169).
Já a teoria da Espiral do Silêncio, essa mesma mídia, também de modo impositivo, dita os rumos da percepção e a opinião que o indivíduo tem a respeito dos fatos e acontecimentos:
Se trata de um fenômeno que atribui aos meios de comunicação uma prerrogativa decisiva de construção e de imposição da opinião que se deve ter sobre os fatos [...]. Ou seja, depreende-se dessas hipóteses que os meios não se limitam a impor os temas sobre os quais se deve falar, mas também impõe o que falar sobre esses temas (BARROS FILHO, 1995, pp. 210 e 211).
Indubitavelmente, nos dias atuais, a mídia tem um importante papel na formação do indivíduo, que, por meio de suas múltiplas interfaces têm se constituído ferramentas poderosas e influentes (LIRA, 2009, p.126). Esse fenômeno tem se manifestado, inclusive, no âmbito esportivo, pois uma vez que, neste caso específico, o alcance midiático
atua na formação e disseminação da visão do esporte que é passada atualmente para a sociedade: o esporte como espetáculo, como possibilidade de ascensão socioeconômica (entenda-se melhoria da qualidade financeira e status social), como mercadoria e consumo. (Leite 2008).
Com efeito, à medida que a mídia esportiva tem promovido e repetido conteúdos específicos a fim de alienar a sociedade, surgiu a proposta de tornarmos os nossos estudantes adolescentes e jovens mais atentos e reflexivos acerca deste imprescindível mecanismo de comunicação. Com base neste pensamento, a presente Eletiva de Base tem como característica o estímulo, a observação e a reflexão dos jovens sobre os conteúdos e a forma de exposição que os diferentes tipos midiáticos nos oferecem por meio de diversas plataformas, sejam elas digitais ou não digitais.
Convém destacar que a mídia atua, de maneira decisiva e importante, como principal alicerce do sistema capitalista, produzindo e justificando como verdadeira essa ideia de esporte, “(...) já que as mídias [escrita e falada] são atualmente as principais fontes de produção e transmissão de formas simbólicas e construção de sentidos no mundo de hoje” (BETTI, 2004).
Grosso modo, esta Eletiva parte do enfoque geral da atuação da mídia na atual sociedade, mas se direciona – de modo mais específico – ao mundo dos esportes e seu vínculo com o aparato midiático. Nessa abordagem midiático-esportiva, salientarse-á alguns aspectos pertinentes (e nem sempre observados, analisados e refletidos com a devida atenção pela classe estudantil), como a relação globalização-capitalismo-mídia esportiva, a mulher no universo esportivo, os E-sports, o alcance da mídia esportiva na vida de crianças, adolescentes e jovens, dentre outros.
Portanto, partindo da premissa de que a mídia esportiva tem uma poderosa influência e é responsável não apenas pela transmissão, mas também pela produção, transformação e ressignificação da percepção que a sociedade tem dos esportes em geral e das questões a este universo atreladas, fazendo a manutenção do status quo e/ou transformando-o a fim de tornar a prática esportiva mais acessível, humana e libertadora.

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